terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Farinheiras

GELADO ROXO: Este texto foi escrito por um profissional, licenciado em estupidez crónica, com doutoramento em estupidez aguda. Pede-se as pessoas mais sensíveis que não leiam este texto. Não nos responsabilizamos por qualquer tipo de hemorragia interna, pubalgias ou qualquer outro acontecimento que possa surgir da leitura deste texto. Não tentem isto em casa. Não conseguem.


Estava eu quentinho em casa, passam já das 23:09:17, telefona-me o meu vizinho do 3ºR\C e ao mesmo tempo batem-me a porta.


Atendo: -“Olha abre-me aqui a porta… só para o caso de seres surdo.”


Abro a porta:


-“Então pá já não falo contigo a tanto tempo pá… tinha saudades que se fartam.” Diz o gajo, enquanto come uma posta de bacalhau, mas daquelas bem gordas e fofinhas do lombo do bicho.

-“Então mas ainda agora falaste…”

-“Ah mas tinha saudades de te ver e tam…” Nisto um naco de bacalhau aterra-lhe na sobrancelha.

-“Diz lá o que queres oh… coiso.” Apresso-me eu a dizer não vá o próximo naco me vir parar aos tomates.

-“Epáá foi a Maria Antunes pá… aquela gaja… quer que lhe vás comprar farinheiras lá a baixo.”

-“Foda-se. Vai lá tu. Primeiro a Maria Antunes nem gosta de farinheira e não me digas que agora depois da micose no pâncreas já gosta. Tu é que queres disso. Ainda por cima a esta hora. Ainda para mais vens-me tu feito badocha do R\C ao último andar, quando o supermercado fica exactamente ao lado da porta do prédio.”

-“Oh… mas o Sr.Morde-piças não me vende a mim…” Diz com um ar pateticamente triste.

-“Isso é porque tu na última vez que foste ao supermercado do Sr.Manel, entras por lá todo nu, a gritar “Oh Sr.Morde-piças a sua mulher está a fazer o amor com um anão chinês ali na rua” e a seguir pedes-lhe um saco de pevides para ir continuar a assistir ao espectáculo e um Powerade que a seguir ao anão ias lá tu.”

-“Pois… Juro… Juro que tive mesmo para pedir aquários mas eu não me lembrei do trauma que o Sr.Manel tem com Powerade.” Com uma lágrima no canto do olho.

-“Ele até sai da caixa a chorar quando alguém lhe pede isso pá… e tu fazes uma coisa dessa ao homem…” Ar reprovador.

-“Mas vai lá…”

-“Não.”

-“Vai.”

-“Ok”


Nisto desço até lá abaixo, passo pela macaca marta, pergunto se está tudo bem com o noddy. Responde-me secamente: “Sim…”

-“Então mas está tudo bem?” Pergunto eu preocupado.

-“Não. Aquele cabrão anda sempre com o carro dum lado para o outro… nem tempo tem para me fazer um shlapsh shlapsh na patareca nem nada pá… Olha me para isto! Tudo seco de não ser usado… Lá mais ao carro oh.. “ (enquanto mostrava eu decido interromper, para bem da minha sanidade mental).

-“Pois é. Então bom dia” Enquanto regurgito parte do lanche.

Nisto dirijo-me para o supermercado e bato de boca na porta. Esqueci-me de voltar a abrir os olhos depois daquela situação.

A sagrar do orifício bocal, deparo-me com o letreiro: Queres farinheiras vai pó caralho, que isto de madrugada está fechado. E por baixo a caneta de feltro: Queria sim, que a tua mulher comeu-me a toda.


Voltei para cima e nisto levo com um piano no resto da boca que ainda me restava.

Acordo. Estava a sonhar. Medo, muito medo. Quase ao mesmo tempo, telefona o Noddy a dizer que a Macaca Marta saiu de casa para ir viver com o Senhor Lei. Estava devastado.

4 comentários:

Anónimo disse...

LOOOOOOOOL coitado do noddy!!!

essa macaca pah! mas q grande *pi*

hilariante todo o texto!;)

*

Anónimo disse...

Pelos vistos não sou o unico a querer trabalhar para lá...

Tiago D. disse...

Claro.. até porque.. este texto alem de demonstrar profissionalismo que é uma coisa ui ui ui.. ainda tem uma reprodutibilidade acima da média. Principalmente a parte em que algo sai da boca do individuo e aterra na sobrancelha do próprio. é arte.

Fábio disse...

Todo um outro patamar no que diz respeito a gelado roxo.
Este é roxo, mas a roçar ali o verde-ranho, já com dois meses depois da validade acabar. Fora da embalagem!

Vá já chega Fábio.

Its ok...

Vá.

Não vou.

Vá lá...

Ok.

Xau.

Pato.