terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ideias Soltas XXI

Erro no Google Maps cria conflito real entre Costa Rica e Nicarágua

O mesmo erro ocorreu na Península Ibérica, a diferença é que toda a gente gosta da ZARA.

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Vou fazer uma tatuagem no pescoço a dizer Lagosta.

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Uma folha de papel é algo leve e portanto não sei porque é que o Carlos ficou inconsciente quando lhe atirei uns quantos papéis para cima. Tenho de lhe pedir a Enciclopédia Universal de volta.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Vidas III

Era imensurável o amor que ele tinha por ela. Era algo tão inocente, tão puro, tão…surreal. Sim, surreal. Digo isto porque era um amor como só existe nos mais belos contos e nas mais belas histórias de amor.

Ambos trabalhavam numa vinha de que ele era curador. Ela tinha sido posta na vinha há cerca de um mês, contudo ele já a conhecia da Internet. Como administrador fez os possíveis para que ela fosse parar à sua vinha.
Para ele tinha sido amor à primeira vista.

Ela olhava para ele sempre perplexa, espantada, como se nunca o tivesse conhecido. Isto magoava-o profundamente, pese ele nunca lhe ter dito nada sobre o assunto. Foi impressionante a forma como ela envelheceu em pouco mais de um mês. Trabalhar ao sol, sobretudo no Verão, traz destes malefícios. Ele, entupido pelo amor que agora expirava, não reparou.

Ele, duas semanas e meia depois de ela ter chegado, disse-lhe o que realmente sentia. Era de noite e toda a gente já tinha partido, só os dois tinham ficado. Ele com a desculpa de “tenho de tratar da contabilidade”, ela com a desculpa de sempre.

Com uma expressão atónita, incrédula, pasmada (como sempre), ela recebeu a notícia sem se mexer.
Beijou-a e foi-se embora. Com a excitação do beijo ele tinha agora uma erecção e um sorriso.
Tomara eu poder acabar a “estória” assim. Contudo e como a maioria das histórias sobre romances, a relação deles foi interrompida abruptamente.

Faziam amor no meio da vinha de que ele era curador, quando a Guarda Republicana o veio buscar. Ele gritou, esbracejou, esperneou, mas já o tinham dominado. Implorava que o deixassem, mas não se fez ouvir.

Ela não se moveu mais, ficando ali até ao nascer do sol. Espantada ficou (como sempre). De manhã a GNR voltou para a vir buscar. Ela era a prova dos crimes praticados por ele.
PROVA A: “Espantalho”

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Vidas II

E com cautela ele aproximou-se da janela. A sua intenção não surtiu efeito, pois todos repararam nele, ali, junto à janela.
Tentaram ignorar, mas...algo hipnótico nele fazia com que não conseguissem parar de fixa-lo.
Talvez fosse o seu olhar penetrante, talvez fosse a mala de senhora que ele trazia ao ombro, talvez, mas somente talvez, fosse o facto de ele estar todo nu a masturbar-se alegre e freneticamente.
Retoricamente os que ficaram a observa-lo questionavam-se: "Porque não consigo parar de olhar e porque é que o escroto tem 3 cores?"
Ali, à janela, eles olhavam e ele masturbava-se.
Finalmente ele fechou a cortina.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fanfarronice

Olha quem é ele. Ah pois é bebé. Ok seguinte.

Acabaram de passar o Porto-Benfica na Sporttv golf. Estranho. Ou não.

Estive desaparecido porque fui parar aos cuidados intensivos após ter visto meia hora d´A Casa dos Segredos. Quando estava a sair de lá ocorreu-me uma coisa: Um IVA de 23% signifca em termos práticos, que quando compramos 4 artigos com essa taxa aplicada, o estado tira-nos um. Compras 4 caixas de Cerelac de Pêra, e o estado mete a unha a um, mais que não seja porque o Sócras gosta da sua papinha todos os dias. A solução parece-me simples e óbvia: Nunca comprar 4 artigos iguais de uma vez para enganar o sistema. Ou então, comprem coisas que o Sócras não gosta.

OK. Agora que vocês foram parar à unidade de queimados por causa desta piada vamos ao que interessa:

Ler as vagas para part-time na internet, consegue ser quase tão deprimente como um obeso a ver A lista de schindler em slow-motion, num dia chuvoso, acompanhado pelos seus 37 gatos anoréticos.

Para uma simples vaga como operador de caixa numa loja, os requisitos são de 1 ano de experiência como caixa no mínimo. Ou seja, quem ficar com o emprego é quem já fez aquilo, o que significa que não evoluiu muito. E, obviamente que não se pode perder tempo a explicar o funcionamento de uma caixa registadora a alguém estranho ao serviço, porque este poderia eventualmente ficar com a nuca presa na gaveta do dinheiro e depois é processos em cima da empresa. Nunca tive experiência em tal área, mas penso que se falassem devagar conseguiriam ensinar a minha osga de estimação a desempenhar a função. Depois davam-lhe uma colher de Cerelac de Musgo – que ela gosta muito, como recompensa.

Ainda, o que é que se passa que parece que hoje em dia toda a gente é fanfarrona? É uma fanfarronice que já não se pode. Eu não sei, mas devo ter ficado a dormir no dia em que explicaram o Mundo a toda a gente. Há, certamente, por aí pessoas que têm “Especialista” como profissão no currículo. Especialista. Ponto final. Já se sabe que é do Mundo todo e acabou a conversa. De talhante a neurocirurgião espacial sabem praticamente tudo.
Tentamos levar uma conversa civilizada, explicando da melhor forma os pontos positivos e negativos de um dado assunto e, de vez em quando, lá vem o bichinho do cinismo espreitar à narina do ouvinte, enquanto este levanta o sobrolho. Depois a resposta é algo que raramente tem a ver com o que foi dito anteriormente, mas ao menos ficamos a saber que percebem de outra coisa qualquer.
Podiam acrescentar também “Deputado” à frente do “Especialista” no currículo. Muita gente se tornou como os políticos ultimamente. Cada vez que é colocada uma pergunta na assembleia podem acontecer duas coisas: 1) O deputado responde segundo aquilo que acha que efectivamente é a respota, ou 2) Os deputados com espírito de aventura tentam escalar a testa do Teixeira dos Santos, usando as unhas dos pés o melhor que podem. E ocorra qualquer uma delas, a minha reacção é sempre a mesma: risos daqueles que treinam os abdominais.

Portanto a coisa seria diminuirem os niveis de fanfarronice. E quiçá, durante o momento zen que ocorre espontaneamente quando estão calados, pudessem efectivamente pensar numa resposta adequada ou dizerem um simples “Não sei”, que nunca decapitou ninguém, pelo menos no séc.XXI.

***Este texto não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico porque o autor não quer saber***

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Retrato Diário de Uma Sociedade Coiso e Tal: Mariquices de estudante. [Parte 2/2]

Aquilo que acontece, com a tal sobrecarga, é uma ausência de processo cognitivo. A grande maioria das pessoas que acaba um curso hoje em dia tem um pequeno problema – não sabe pensar! Com tantos trabalhos, com tantas coisas para fazer, o aluno tem sempre a tendência de fazer o relatório com base no relatório do ano passado, a monografia tête-à-tête com a wikipédia, o projecto com base em projectos passados. Muitas vezes a tête-à-tête passa a um ipsis verbis. As conclusões são sempre as mesmas. O porquê? O como? Não interessa. O que interessa é entregar. É riscar mais uma coisa da lista de tarefas. É poder abrir uma janela e respirar. E o pior é que muitos destes trabalhos servem exactamente para isto: nada. Uma semana depois da pastilha, do suplemento de saber, já foi tudo esquecido. Às vezes basta um dia.
Que tipo de pessoas é que se estão a formar com este tipo de condições? Pessoas automatizadas, maquinas capazes de um processo rotineiro. Não há sentido de inovação ou de empreendedorismo. As empresas contratam pessoas que não conseguem sair da sua zona de conforto. Muitas vezes nem têm uma zona de conforto! Já para não falar nos nomes pomposos dos cursos que grande parte das vezes não passam do pomposo.

Este problema reflecte-se exactamente no resto da sociedade e ainda mais na própria micro sociedade científica. As investigações científicas em Portugal são “mães” e “filhos” deste problema. Aquilo que se faz é sempre mais do mesmo: testar aquilo que outros já fizeram. É sempre pela certa. Quando se consegue algum tipo de resultado inovador é quase sempre sinal de sorte e apenas uma vez ou outra sinal de arrojo. Desta forma é normal que as publicações em revistas importantes, as descobertas, as patentes, não sejam mais do que uma miragem. E quando não o são, não são valorizadas. Olha-se de lado, comenta-se na esquina, diz-se que se diz., e acaba por ser qualquer outra empresa estrangeira a explorar a ideia – a lucrar com a ideia. Há por ai bons grupos de investigação e eu tenho a sorte de conhecer alguns. Mas então vem outro problema: as bolsas de investigação. Porque quando não é da perna, é do pé! Quem se arrisca a não ter resultados e consequentemente a não ter a renovação da bolsa? Quem paga as contas lá de casa? A inovação? Tal não é a amplitude do problema. Os professores, também eles investigadores, convivem com este ambiente, com esta mentalidade, e acabam por semear essa mesma mentalidade nos alunos.

E ai de alguns supostos iluminados que tentem mudar o rumo das coisas. Os alunos de hoje serão os professores de amanhã. O ciclo está fechado. Ámen.

Vidas

E assim ela tirava a bolacha da mão fria da sua falecida avó. "Reacção estranha" pensou a jovem.

A matriarca da sua família tinha há pouco morrido e a reacção foi tirar a bolacha que pousava entre o peito e a mão daquela que a rapariga carinhosamente chamava de Náná.

"Nem por isso." - disse em alto de forma a exteriorizar os pensamentos, entrando assim num acto de catarse explicativa -"Eu disse-lhe que a bolacha era minha!".

Limpou a faca e continuou a ver 'A Casa dos Segredos'.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Retrato Diário de Uma Sociedade Coiso e Tal: Mariquices de estudante. [Parte 1/2]

Aquilo que se passa nas faculdades portuguesas é sem tirar nem por: a raiz do que está mal na sociedade portuguesa. O estudante hoje em dia – e aqui falo dos estudantes a sério – tem uma vida de sonho.

Estudantes a sério são os bons e aplicados e todos aqueles que tão nos cursos de ciências naturais, seja o ramo das ciências fundamentais (biologia, química, bioquímica etc) ou ramo aplicado (Engenharia Biológica, a irmã química, etc). Estes últimos, os dos cursos de ciências, mesmo sendo maus estudantes, são obrigados à força a ser “bons”. Os que são bons, são obrigados ao que quer que seja.

Ora o que acontece é o seguinte: o aluno calão, cliente da maior parte dos cursos que as faculdades portuguesas amavelmente concedem, tem um conjunto de objectivos mínimos a cumprir: chular dinheiro das propinas aos pais, chular dinheiro para despesas diárias aos pais, chular dinheiro ao estado que investe na sua formação e ir passando a umas cadeiras todos os anos para no final ter um diploma que, para além de atestar para um curso do qual o aluno calão não sabe nada, – atesta para uma qualificação que não tem emprego!

Até aqui não há problema nenhum. O problema não é o aluno calão, esse financia a faculdade e acaba com as economias dos pais. O problema reside nos outros: os bons alunos e os bons e maus alunos das ciências. E porquê? Porque esses, ao contrário dos outros, se querem de facto passar têm de fazer alguma coisa. E aqui fazer alguma coisa é ALGUMA COISA. Óbvio que os maus vão ser sempre maus. Mas os bons, os bons sofrem com as ideias fantásticas dos coordenadores de curso. Ideias que se prendem ao seguinte conceito: quanto mais o aluno tiver para fazer, isto é, quanto mais trabalhos tiver para entregar, quanto mais matérias tiver para estudar por semestre, mais irá aprender.

Ora esta sobrecarga é das ideias mais fantásticas que pode haver. Obrigar o aluno a ler. A fazer. A trabalhar! Se não faz: chumba ou tem más notas. Não há qualquer tipo de falha. Se o aluno faz o trabalho, se o aluno entrega o trabalho, se o aluno tem nota positiva no trabalho, então o aluno sabe a matéria em que o trabalho se insere. O trabalho do professor está feito. O trabalho do professor é pregar saber ao aluno. Com um pionés. Ainda que doa, é esse o trabalho do professor de hoje em dia. Vai-se a faculdade ou manda-se uns mails de casa, manda-se um suplemento de saber ao aluno e o aluno está pronto a ser embalado e exportado. Óbvio que este é o lado do professor.

O lado do aluno é bem diferente. Aqueles bandidos que ousam manter um eventual hobbie – que já tragam do tempos anteriores à faculdade – ou minimizam o tempo disponível para a realização desse hobbie ou acabam com ele de vez. Aqueles que pensam ter um, nunca o vão conseguir ter. O aluno aplicado português tá proibido de fazer tudo o que seja extracurricular, com pena de ter implicações no seu desempenho como estudante. Actividades extracurriculares que iriam contribuir precisamente para a sua evolução como pessoa e, deste modo, como estudante e futuro trabalhador! O aluno não tem tempo para aprender matérias de interesse próprio fora da área (nem se metam nisso), não tem tempo para estudar matérias de interesse na própria área (estudas mas é aquilo que te mandam estudar), não tem tempo para ler revistas especializadas na área que integra (actualizas-te quando o professor se actualizar), não tem tempo para aprender línguas (isso é para meninos), no fundo, se quer manter uma mente sã, boas notas e ter alguma vida que seja para alem da faculdade só pode fazer uma coisa: comer, dormir, respirar e quem sabe fazer alguma actividade de lazer que não implique o uso do cérebro. Isto tudo para garantir um diploma, conhecimentos e a certeza de que ter emprego – é incerto! E essa actividade de lazer bem pensada! Juízo. Metam-se com guitarras ou séries ou coisas ainda mais loucas como fazer desporto e há uma greve dos professores catedráticos. Vão para a rua com o seu blazer aos quadrados e sempre remendados. O que pedem eles? Impõem a punição para esses criminosos! De volta a forca – gritam.

E qual é o lado que ganha? Óbvio que é o dos professores. A pergunta foi mal feita: qual é o lado que tem razão?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Voluntari...aaahh.

Eu tenho feito voluntarismo nos últimos tempos. Voluntarismo?? Voluntariado. Voluntariado, sim. Tenho feito voluntariado em lares de terceira idade.
É uma forma de preencher o tempo, ser nobre e ninguém notar ou recordar-se de tal acção. Contudo não posso deixar de dizer que tem sido divertido.
No outro dia participei numa corrida com o pessoal hospedado no lar. A cadeira de rodas na qual eu corri não era o modelo mais recente - paz à alma do Sr. Óscar - mas, ainda assim, terminei em terceiro entre cinco. Diga-se que quando começou eu estava em último. Porque é que comecei em último? Não foi por ser o mais novo, mas sim porque era o único que tinha uma t-shirt vermelha. Yap...demência.
O Sr. Melo tem uma cadeira motorizada e o neto, que é do street-racing, ainda lhe pôs uma botija de NO2. Porque é que lhe pôs uma botija numa cadeira de rodas? Mais uma vez...é do street-racing.
O Sr. Augusto tem 65 anos. Novato.
Os outros dois, bem esses nem saíram da linha de partida. Sofrem de Alzheimer e portanto devem ter-se esquecido - e não deve ter sido da única coisa que se esqueceram tal era o cheiro que emanavam. AHAHAHA. Eu rio-me de velhinhos que se sujam. Sensibilidade.
Não seria eu a relembra-los, estava numa corrida e com intenções de ganhar. Eu sou, como a minha mãe me disse um dia, um vencedor e não seriam dois octogenários com artrite e falta de memória a impedir-me. O último lugar no pódio foi-me imposto por dois batoteiros. Quem não ficou muito contente com isto foi o resto do pessoal que trabalhava no lar.
"Uhhh, não tens alma!"; "Uhhh, quem é que ameaça quatro idosos para participar numa corrida?"; "Uhhh, esfaqueaste o Sr. Augusto na corrida?"; "Uhhh, porque é que deste ao Sr. Óscar Viagra?"
A resposta à última pergunta é: "Duhh! Não tinha cadeira!" Para além de que é extremamente engraçado ver um velho cair redondo com uma erecção massiva.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Retrato Diário de Uma Sociedade Coiso e Tal: Falta de Técnica.

Hoje uma vez mais fui trabalhar. Fiz tudo o que era suposto fazer e voltei para casa por hora do almoço. A ideia: continuar a luta diária contra o trabalho que chega sem dizer bom dia ou boa tarde, senta-se, enrosca-se num companheiro seu que tinha chegado primeiro – mas de longe sem a importância deste – e espera, acumulando-se.
Portanto cá vou eu descansado da minha vida, dirigindo-me para a plataforma do comboio em Entrecampos. Enquanto me arrastava calmamente até ás escadas rolantes, já que o corpo está enferrujado em demasia para a loucura das escadas “não rolantes”, vejo um senhor. Senhor normal, de certo trabalhador, entre os 35-45anos. O senhor opta pelas escadas rolantes e entra nas mesmas colado a mim. Demasiado colado a mim.
Não sei se por em criança a minha turma ter a brincadeira – parva – de abrir mochilas e “roubar” as coisas uns aos outros, se por ser uma pessoa desconfiada por natureza e extremamente atento ao que me rodeia; senti claramente o fecho da mochila a abrir. Um abrir cuidadoso é certo. Monótono. Silencioso. Mas, contudo, a abrir. Olhei para as minhas mãos e estavam no mesmo sítio. Estranho. O fecho abria. Mas não eram as minhas mãos a fazê-lo. Esperei uma fracção de segundos e optei, num gesto sábio, por me virar bruscamente. Qual não é o meu espanto quando vejo que o dito senhor tinha metade da minha carteira na mão pertencendo a outra metade à minha mochila. O gesto brusco fez com que a metade que pertencia à minha mochila, saltasse para a mão do senhor que, surpreendido, opta por tentar esconder a carteira atrás da perna esquerda. E mais que não seja porque a carteira era minha – tanto a metade que o senhor tinha na mão, como a que a minha mochila antes guardava – achei por bem pedir-lha. Achei que estava no meu direito. E para ter a certeza que a frase era compreendida, exemplifiquei com gestos, tentando tirar a carteira da mão do senhor. A carteira caiu da mão do senhor no preciso momento em que as escadas rolantes tinham chegado ao fim. O senhor amavelmente agarrou-a ao mesmo tempo que eu. Como num filme romântico. E cedeu-me a carteira dizendo: “Tinha caído ao chão”.

Afinal o senhor era um ladrão. Mas não um ladrão a sério. Um mero carteirista… Com uma técnica fraquinha.

Ainda estou para perceber o porquê de não ter tido uma reacção agressiva. O instinto estava lá. Estou certo que o olhar assassino também já tinha dito olá ao alvo. Mas fiquei-me por aqui. Males de quem um dia aspirou a entrar na Policia Judiciária e sabia que ter cadastro inviabilizava uma possível candidatura.

O desemprego anda elevado. As soluções são escassas. Os pequenos delitos aumentam como uma mera necessidade de sobrevivência. É pena é optarem por roubar a quem já pouco tem.

Assim, e visto que os teólogos do FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciaram recentemente que em 2011 o desemprego vai bater nos 10,9%, achei por bem dar uma recomendação – àqueles que se dignarem a ler – igual à do metro de Lisboa: “Take care of your belongings”.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Retrato Diário de Uma Sociedade Coiso e Tal

Aqui e agora nasce algo sem significado aparente, sem valor, uma espécie de opinião em mau português, um desabafo para o ecrã que pode ser lido por alguém – certamente com mau gosto! Algumas coisas vão-me fazer rir, outras nem por isso. Espero não fazer chorar ninguém.
Aviso já: não vou ser selectivo. Vou dizer o que me apetecer, quando me apetecer, às horas que me apetecer. Sem aviso. Depois escusam de se ir queixar aos senhores da internet que foram violados psicologicamente numa qualquer noite chuvosa.

Vai ser um retrato, pintado por mim. Não vai ser Diário. Já disse que é quando me apetecer. De uma sociedade? De certeza. De pessoas. De comportamentos. De atitudes. De valores ou da falta dos mesmo. De situações. Que coiso e tal? Depende do dia.

Já era tempo de dar utilidade ao blog. Inté.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ideias Soltas XX

Cachalote dá à costa na Madeira
Oh! O gajo saiu do Preço Certo!

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Nasci a pesar 5Kg e a medir 50cm. Desculpa pai.

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No outro dia estava a ver Teatro de Revista e uma parte de mim morreu. Infelizmente foi um braço.
Esta piada também não tem muito sucesso com os amputados.

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PS: Na segunda Ideia Solta não pensem que é uma "piada" a dizer que a minha mãe é na verdade o meu pai.

domingo, 4 de julho de 2010

Ideias Soltas XIX

Padre violou dez mulheres em coma
Ele lamenta imenso e diz que tudo não passou de um engano. Jura a pés juntos que pensava estar na ala de pediatria.

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Quando andamos contra-balançamos o movimento de uma perna com o braço contrário. Já pensaram o quão estranho seria, se movêssemos o braço e a perna do mesmo lado, sempre que andássemos? Estranho não é? Como poder voar e decidir não o fazer. Sabem quem faz isso? O alter-ego do Super Homem, Clark Kent. Eu odeio esse gajo.

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Eu acho que tenho dupla personalidade. No outro dia espirrei disse santinho e ainda agradeci.



PS: A segunda ideia solta é inspirada em Jack Handey. A diferença de qualidade é notória.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

João Simão da Silva



Primeiro ofereces uma audição espectacular - "Ah, oh, uh, ih, ah, uh que bem que ouço!" - e depois - "Aaahh, porque é que ouço bem? Aaahh, porquê Deus, porquê?".
É como irmos a casa do nosso amigo, prometendo-nos ele um vídeo de um bebé a brincar com um cão e afinal deparamo-nos com um filme dele a masturbar-se.
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Sabem que mais, provavelmente não é uma boa comparaçao, mas eu não sabia como contar esta história.
Em todo o caso, eu tenho saudades daquele Marco Paulo da permanente. Esse sim tinha alma.



"Quando o Pai Cantava, lálálá..." Ah, Marco, Marco. Porque te foste vender aos interesses do capital?
Está na altura de voltares a fazer permanente. Não faças caso a quem diz que uma permanente num homem de 65 anos, em pleno séc.XXI, é parvo. Não é. Acredita em mim.

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2010N2504


Assinem.
João Ortiz

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ideias Soltas XVIII

O Fernando Mendes teve um filho e para confirmar que era seu, mandou fazer análises. O míudo também tem diabetes.

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Yupi. Já peso 90kg. Ou as corridas diárias estão a fazer efeito ou tenho cancro.

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"Encontrados 77 cadáveres em mina abandonada no México."
Segundo as autoridades este era o local de encenação da peça "78 cadáveres em mina abandonada". O outro? Fernandes Mendes comeu-o.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ideias Soltas XVII

Se o Camilo de Oliveira tivesse um filho haveria muitas parecenças entre ambos. São ambos frágeis, não têm dentes, nem cabelo e provavelmente também não sabem programar um leitor de DVD.

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Quando era pequeno a minha mãe dava-me banho. Depois fiz 20 anos e as coisas tornaram-se estranhas.

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"Será que sexo na banheira conta como sexo na água?" (Marco Rita)

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Provavelmente não deveria ter junto a segunda e a terceira ideia no mesmo grupo...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Amo-te Papa.

Chegou aos ouvidos do submarino (sim o submarino tem ouvidos... cambada de...) que andava tudo louco devido ao senhor Papa. Velhada com camisolas com a foto do Papa muito a toni carreira style... Excêntricos com cartazes a dizer "Papa faz-me um filho!" ... e pais que levaram meninos apenas de cuecas fio dental como oferenda a igreja católica. Uma atitude nobre. Alguém tem de se sacrificar pelas almas impuras dos ateus. E nesse sentido sinto-me triste por saber que um menino foi violado por minha culpa.

Apesar de tudo... Aquilo que me faz mais comichão é o seguinte: Porque raio foram representantes dos dois clubes da capital oferecer camisolas ao papa?! Em que ocasião vai o senhor vestir uma camisola do Benfica? Quando estiver a ver os jogos? tenho dúvidas que o senhor Papa tenha sportv.... Mais escandaloso ainda... quando é que o papa vai usar uma camisola do Sporting? Ah pois. Pumba. Hoje já não se deitam só a pensar nesta.

Nota: É só a mim que a palavra Papa me dá piada? O Papa papou um menino... ahh... piadas.

sábado, 1 de maio de 2010

Papa em Portugal.

A duas semanas da visita papal a Portugal, quero apenas esclarecer algumas curiosidades em relação a Bento XVI, tentando como é óbvio, não fazer qualquer tipo de referência humorística aos escândalos que têm sido atribuídos à Igreja por pedofilia, porque traduzindo por miúdos, essa conversa já farta.

Quem conhece pessoalmente Bento XVI afirma que é vaidoso, apesar da sua simplicidade emocional. Anda sempre com um pente no bolso, e calça frequentemente sapatos Prada vermelhos. Quem não o conhece pessoalmente, confude-o com um pimp.

Após muita reflexão enquanto cortava as unhas dos pés, ocorreu-me aquela que me parece ser a razão óbvia para tantos casos de pedofilia na Igreja. Um indivíduo normal reforma-se aos 65 anos ( ou aos 95 em Portugal, caso ainda tenha um dos pulmões funcional ). Na Igreja, a carreira mais importante começa muito tarde. O actual papa foi nomeado para o cargo com 78 anos. Logo, aos 65 ele ainda era uma criança neste mundo. A adolescência dos membros do clero dá-se entre os 75-85 anos. Portanto lá para os 80 é que começam a gostar de raparigas ( para a maior parte ), o que leva a uma confusão inadmissível.

O Papa afirma não ter carta de condução por "por lhe faltar o jeito para as coisas técnicas". Desta forma comprou o Papamóvel em 2ª mão, porque não é preciso carta.
Diz que é um carro engraçado e estaciona em qualquer garagem à hora que quiser. Afirma, porém, que não tem tanto espaço como o Batmobile, e os morteiros têm um alcance muito mais baixo.

Os serviços secretos portugueses andam a investigar as pessoas que vão estar em contacto com o Papa. "O nível de ameaça da visita (...) é classificado pelo SIS, neste momento, de grau 3. Numa escala de 5, o grau 3 representa um risco significativo"
Para terem uma ideia, nível 5 é o risco avaliado em deixar uma criança sozinha com um membro do clero. Nível 1 é o risco de abuso sexual por Cláudio Ramos a uma qualquer rapariga jeitosa.

Em conclusão, para quem quiser aparecer: a primeira missa será no dia 11 de Maio no Terreiro do Paço. A entrada é 15 euros para raparigas, com direito a uma bebida branca e duas hóstias e 30 euros para rapazes, com direito a bebida de uma cor qualquer, sem hóstias. Menores de idade não pagam entrada. Obviamente.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ideias Soltas XVI

Estava a ver o Preço Certo, mas tive de mudar. A televisão só tem 50 polegadas.

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Ainda ontem matei uma foca com uma raquete de ping pong numa festa de anos de um primo meu. Ah Jorge! Porque é que te foste de mascarar de foca?

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Eu queria ter filhos, mas o aborto foi despenalizado.

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No outro dia, no Preço Certo, vi o Fernando Mendes comer diabetes.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Violência domestica

http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=201990

Uma vergonha para aqueles que lutam todos os dias por serem livres de darem a porrada que quiserem nas mulheres. Uma coisa é violência domestica, outra coisa é aleijar.


Não sabem brincar depois dá nisto...


demasiado puxado? a mim que me importa.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Roubaste que eu vi.

-Eia, há tanto tempo que não te via.
-É verdade pá! Já fazia algum tempo.
-Como é que tens estado?
-Bem obrigado. Tu?
-Bem também, mas penso que já soubeste do que me aconteceu.
-Sim, aaaa, tenho que dizer que fiquei surpreendido. Muito!
-A sério?
-Epá, óbvio! Quer dizer quando ouvi dizer que roubaste uma baleia, é motivo para dizer que fiquei surpreendido.
-Eu não roubei nenhuma baleia.
-O teu pai disse-me que roubaste.
-O meu pai é um mentiroso.
-Aaaacho que não. Roubaste de onde? Oceanário?
-Não há baleias no Ocea...bem, foi bom ver-te.
-Vais fugir é? Com uma baleia às costas? EHEHEHE.
-Adeus.


PS:
Isto não tem piada nenhuma, mas é mote para outra história...que de certeza também não vai ter piada. Aaaahh piada...tantas saudades.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Nascer

Vai-se ver e tenho a mó do siso a nascer. Muito giro...para quem é dentista (vocês levantam-se e aplaudem).
Mas só está a nascer do lado direito, o que para um tipo com a picha – já ninguém diz picha...vou trazer isso de volta – torta para o lado esquerdo lhe provoca tristeza. É que se estivesse a nascer do lado esquerdo era uma curiosidade muito gira. Algo que poderia mostrar aos amigos e pais de amigos.
Assim sendo não tenho motivos para mostrar, nem o dente, nem a picha – viram? ;) – ainda assim...mostro.
Mas não se preocupem nem com uma coisa nem com outra.
Dói, mas só quando como algo mais rijo, como um pão ou um DVD.
A pila só está um pouco curvada. Não é como se fizesse um círculo e voltasse à base. Não, nada disso.

Vejo também que o blog tem Cara de Livro (vocês levantam-se e apupam). Muchas gracias Liliana. E vejo também que tem 11 fans. Ora daqueles que consigo ver só conheço melhorzito a Nicole, a Cláudia e a Rita. Ninguém vos obrigou, espero eu.
Ao resto...eu não sei o que se passa de errado com vocês, mas vão ver isso rápido. Sifilosos.


PS: "Name: Hello! Excellent blog! I'd like to have your Flag on my website. So, please, visit me: [link] Greetings!" O blog é em português, ou uma tentativa disso, mas lá ele conseguiu perceber que era excelente. Awesome!

PS1: Para a semana uma conversa com a Miley Cyrus.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Pseudo-Ideias Soltas?

Era polícia, mas fui dispensado porque disparei num bebé. Apeteceu-me. Sim, eu sou rebelde! Sim, um pouco cliché, mas é assim que jogo. Eu sou o polícia rebelde. Na SIC no próximo Outono.

No outro dia o meu pai "jogou" naquela aplicação do Facebook, para saber quanta sorte teria para o resto do dia. A aplicação deu-lhe 7% de sorte, que segundo eu li nos regulamentos do Facebook, não significa nada, porque...bem um algoritmo aleatório ditar a sorte de alguém para o resto do dia é ridículo. Em todo o caso, vai-se ver e o dia correu realmente muito mal para o meu pai. Contou-me ele por MSN que foi violado pela alcoólica da minha mãe. Já não era a primeira vez. Como sempre, eu para o fazer sentir melhor, deixei um comentário no profile dele no HI5. Um comentário e um five de bom companheiro. Não havia de bom violado. AHAHAHAH. Não é motivo para rir! Caso sério o alcoolismo. E a violação também.

Já não se fazem sumos de frutos secos como antigamente.
Onde se bebe hoje um suco de noz ou de pinhas?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Shut the fuck up!

And then i scream
No longer surprise
For the ones who knew
Breaking my reality
with a scream
Shattering the surroundings
with a quake of pain
So strong
This anger of mine
Aaaaahhhh goddamm happiness
I fall again
I fall again
I raise no longer
The fall is too deep
Falling


Sarcasmo. Se esta merda aumenta o número de visitas...jesus.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

...

Um dos diálogos mais marcantes no mundo do cinema é feito entre as duas personagens, interpretadas pelo Samuel L. Jackson e John Travolta, no filme Pulp Fiction.

Bom...

Um dia perdi-me no supermercado. Tinha 19 anos. Segundo os meus pais essa não foi a parte embaraçosa. Embaraçoso, ao que parece, foi a senhora ao intercomunicador:
-Tan ten tin; os pais de um rapaz aparentemente perturbado, apresentem-se no balcao de informação. O nome do "rapaz" é João Ortiz. Repito, João Ortiz. Meu Deus que anor...tan ten tin. Encontraram-me em posição fetal ao lado das pastas de dente. Foi aí que me perdi.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ideias Soltas XV

Tenho ido a aulas de Língua Portuguesa e falámos recentemente de palavras homofónicas, ou seja, foneticamente são semelhantes mas diferem na grafia.
Ex: Ali estava ele , no zoológico, a atirar fezes aos macacos. Toda a gente achou estranho, mas ninguém fez nada, porque, mais uma vez, ele estava nú a atirar fezes a macacos.

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Acho que ter um terceiro olho no meio da testa é um sinal de distinção.
"Hmm, olha lá que distinto vai o João Maria com o seu terceiro olho!" diriam as pessoas. Escusava, dessa forma, de andar com um monóculo e um cachimbo.

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No outro dia fiz sexo com uma anã. Soube-me a pouco.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Malucos do Riso

-Então ainda tens os teus coelhos?
-Agora só tenho um.
-O que é que aconteceu ao outro?
-Tive de o matar.
-Porquê? Estava doente ou comeste-o?
-Não. Foi para fazer um casaco.
-Desculpa?
-Fiz um casaco com ele.
-Como? Um coelho não tem pele suficiente para fazeres um casaco.
-O casaco não é para mim. É para o outro coelho.
E faz uma cara estranha.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ideias Soltas XIV

No outro dia a minha mãe pôs um aviso no frigorífico que dizia só: "Comida no frigorifico". Isto significa que o jantar ou almoço estava no dito cujo, mas durante dois segundos pensei: "Olha boa! Se guardasses o micro-ondas no frigorífico, aí sim mete o aviso!"

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No passado domingo nevou em Elvas. Eu fiz uma bola de neve e atirei contra a cabeça da minha mãe. O meu pai fez um punho e atirou-o contra a minha cara. Ele ganhou.

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Eu estava a pensar enviar roupa para miúdos em África, mas depois lembrei-me que não tenho nada para crianças grávidas.

Longe demais?

sábado, 9 de janeiro de 2010

Avatar

Olha quem é ele. Decidi passar por cá porque eu sei que há meses que se andam a perguntar onde é que eu ando. “Onde é que ele anda? É que há meses que eu não me rio, aliás já nem sei como rir, cada vez que tento ficam-me a doer as bochechas e tenho de ir logo tomar um ben-u-ron senão no dia a seguir nem consigo falar”.

Hoje venho falar do muito bem sucedido filme Avatar, que eu ainda não vi.

Confesso que estou muito curioso para ir ver o filme. Em primeiro lugar porque já não suporto as pessoas a perguntar se já vi o Avatar, porque fico com a sensação de que sou a única pessoa do mundo que ainda não viu - o que até é bom, porque assim, quando for ao cinema sou o único na sala e posso tentar apanhar as coisas em 3D que saem do ecrã sem medo de ser gozado.
Em segundo lugar, é por causa da coisa do 3D. A única coisa que vi em 3D foi um mini-filme num parque de diversões há anos atrás, onde nos davam aqueles óculos com uma lente vermelha e outra azul. E andei durante semanas com aqueles óculos na rua e achava piada àquele mundo com profundidade. As pessoas pareciam que vinham mesmo na minha direcção. Até que uma das lentes se rasgou e tive de voltar ao mundo bi-dimensional do Pacman. Ainda hoje só ando para cima, para baixo e para os lados.
Eu acho esta coisa do 3D muito bonita, mas penso que seria de bom grado fazerem uns óculos em 3D graduados, para quem já usa óculos normais. E dá-me a sensação que meter uns óculos por cima dos outros já é capaz de serem artefactos a mais para ir soldar barras de aço, quanto mais para ir ver um filme de animação.

Se James Cameron me fez chorar com Titanic, e me fez tremer de medo com Piranha 2, sendo estes filmes apenas a duas dimensões, espero que depois de Avatar, saia do cinema com, pelo menos, um ombro deslocado por causa de uma patada de um daqueles bichos com quatros asas que eles têm.

James Cameron começou a trabalhar no argumento de Avatar em 1995 - o que demonstra a quantidade de tempo e trabalho que é necessária num projecto desta envergadura. Pessoalmente, não teria a coragem de demorar tanto tempo com um argumento para um filme. Tinha medo de morrer entretanto e que alguma mente brilhante achasse por bem acabar o que eu tinha começado e assim fizesse o filme após a minha morte. E depois o filme ficava completamente diferente daquilo que eu tinha pensado, obviamente. Seria como se James Cameron estivesse a escrever Avatar, mas ainda só tinha escrito, digamos, os primeiros 15minutos do filme, e depois vem aquele senhor que ressona acordado, que costuma ajudá-lo a fazer xixi, acabar o filme. Muito bonito. Ficaríamos com o Velocidade Furiosa 4: Verifica sempre o nível do óleo, em 3D, e ainda ofereciam um tubo de escape semi-novo para os miúdos brincarem, à saída da sala. E depois James Cameron dava voltas na campa, não é? Nem que fosse para se virar para o lado mais fresquinho da almofada.

E é só por causa disto que não sou, nem nunca hei-de ser, argumentista de cinema.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Filmes

Mulher a cantar e a tocar piano. Levanta-se, continuando a cantar mas parando de tocar, contudo o piano continua a tocar. A rapariga pára de cantar e olha para o banco onde estava sentada. A câmara segue e sentado estava um anão.

Director: Então mas o que é isto? Quem és tu e o que estás a fazer aí?
Anão: Ah eu sou o Jorge, e vivo aqui.
Director: Como?
Anão: Eu vivo aqui. Estive sempre aqui.
Rapariga: Não, não estiveste.
Anão: Tu cala-te! O que é que sabes da vida?!
Rapariga: O quê?
Anão: Exacto.
Director: Ok. Não faço ideia de como entraste aqui, mas agradecia que saísses.
Anão: Tem calma tiro-quente!
Director: Desculpa?
Anão: Tiro-quente. Hot-Shot em inglês. (ri-se) Para além de anão também sou comediante. O que é que um anão diz a um gigante?

Toda a gente calada

Anão: Aaaaahhh, não me pises. (ri-se) AHAHAHAHA. Eu sei gozar com os meus defeitos.
Director: Pois. Bem, agora sai lá da cena.
Anão: Porquê? Esta película não tem espaço para anões é?
Director: É. Quando fizer um filme de Natal eu chamo-te.
Anão: Para fazer de Pai Natal?
Director: (rindo-se) Realmente tens piada ó Frodo.
Anão: Estúpido.
Director: Está bem. Agora vai lá ter com a Branca de Neve e deixa-nos em paz.
Anão: Idiotas. (Sai de cena)
Rapariga: Onde acham que o pequenote guarda o pote de ouro?