sábado, 9 de janeiro de 2010

Avatar

Olha quem é ele. Decidi passar por cá porque eu sei que há meses que se andam a perguntar onde é que eu ando. “Onde é que ele anda? É que há meses que eu não me rio, aliás já nem sei como rir, cada vez que tento ficam-me a doer as bochechas e tenho de ir logo tomar um ben-u-ron senão no dia a seguir nem consigo falar”.

Hoje venho falar do muito bem sucedido filme Avatar, que eu ainda não vi.

Confesso que estou muito curioso para ir ver o filme. Em primeiro lugar porque já não suporto as pessoas a perguntar se já vi o Avatar, porque fico com a sensação de que sou a única pessoa do mundo que ainda não viu - o que até é bom, porque assim, quando for ao cinema sou o único na sala e posso tentar apanhar as coisas em 3D que saem do ecrã sem medo de ser gozado.
Em segundo lugar, é por causa da coisa do 3D. A única coisa que vi em 3D foi um mini-filme num parque de diversões há anos atrás, onde nos davam aqueles óculos com uma lente vermelha e outra azul. E andei durante semanas com aqueles óculos na rua e achava piada àquele mundo com profundidade. As pessoas pareciam que vinham mesmo na minha direcção. Até que uma das lentes se rasgou e tive de voltar ao mundo bi-dimensional do Pacman. Ainda hoje só ando para cima, para baixo e para os lados.
Eu acho esta coisa do 3D muito bonita, mas penso que seria de bom grado fazerem uns óculos em 3D graduados, para quem já usa óculos normais. E dá-me a sensação que meter uns óculos por cima dos outros já é capaz de serem artefactos a mais para ir soldar barras de aço, quanto mais para ir ver um filme de animação.

Se James Cameron me fez chorar com Titanic, e me fez tremer de medo com Piranha 2, sendo estes filmes apenas a duas dimensões, espero que depois de Avatar, saia do cinema com, pelo menos, um ombro deslocado por causa de uma patada de um daqueles bichos com quatros asas que eles têm.

James Cameron começou a trabalhar no argumento de Avatar em 1995 - o que demonstra a quantidade de tempo e trabalho que é necessária num projecto desta envergadura. Pessoalmente, não teria a coragem de demorar tanto tempo com um argumento para um filme. Tinha medo de morrer entretanto e que alguma mente brilhante achasse por bem acabar o que eu tinha começado e assim fizesse o filme após a minha morte. E depois o filme ficava completamente diferente daquilo que eu tinha pensado, obviamente. Seria como se James Cameron estivesse a escrever Avatar, mas ainda só tinha escrito, digamos, os primeiros 15minutos do filme, e depois vem aquele senhor que ressona acordado, que costuma ajudá-lo a fazer xixi, acabar o filme. Muito bonito. Ficaríamos com o Velocidade Furiosa 4: Verifica sempre o nível do óleo, em 3D, e ainda ofereciam um tubo de escape semi-novo para os miúdos brincarem, à saída da sala. E depois James Cameron dava voltas na campa, não é? Nem que fosse para se virar para o lado mais fresquinho da almofada.

E é só por causa disto que não sou, nem nunca hei-de ser, argumentista de cinema.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mas olha que pagam bem.
E pagam com dinheiro.
Só para não te afastar completamente da ideia...o que eu nunca vou ser é protagonista de uma novela da TVI.