Coisas más que acontecem aos portugueses.

Olá seus camarões sem cabeça. Já andavam desorientados com saudades, não é? Pois.
Chegou-me de helicóptero, a notícia que dos 34 mil candidatos ao melhor emprego do mundo, nenhum português foi pré-seleccionado. Ohhhhhh. Façam lá Ohhhhhh. Agora com as mãos. E agora já chega.
O que é o melhor emprego do mundo? Não, não é trabalhar na lota de Vila Real, mas sim, passar seis meses numa ilha completamente rodeada de água. Não é tipo aquelas ilhas falsas, como os Açores. Acontece que a Austrália está a precisar de uma pessoa que vá para uma ilha paradisíaca, para esta amar o sol, o mar e os animais. O funcionário terá de dar de comer às tartarugas, terá de passear pela praia, ver o pôr-do-sol, etc. Esse tipo de coisas que os portugueses não gostam de fazer e portanto têm de ser os Ucranianos a tratar do assunto. O escolhido vai receber pelo trabalho árduo uns míseros 20 mil dólares por mês, que na moeda antiga daria cerca de cento cinquenta milhões de contos por mês.
Agora é de facto uma coisa muito muito estranha nenhum português ter sido pelo menos pré-seleccionado, porque eu desconfio que dos 34 mil candidatos, 33 mil eram portugueses, futuros ex-trabalhadores da Qimonda.
Eu nem digo para um português ser O seleccionado, porque era bem capaz do senhor ser despedido na primeira semana por se baldar aos passeios na areia branca que começam bem cedinho às onze da manhã e passar uma imagem completamente errada ao mundo. Mas pelo menos davam uma hipótese aqui aos portugueses, afinal de contas, foi o Vasco da Gama que descobriu a Austrália. Cada vez penso mais que se esquecem desse pormenor.
Falei ontem com um dos candidatos, que é meu conhecido porque temos o mesmo canalizador de família, e ele confessou-me que ao início ficou muito triste por não ter sido escolhido. Até chorou encostado a mim. Mas depois confessou que se apercebeu que não fora talhado para aquela vida. Disse que já tinha estado de férias naquela ilha uma vez porque a esposa se tinha fartado da ilha de Tavira, e então contou que lá a água era muito fria. E depois não tem parque estacionamento e tiveram de deixar o carro em cima de uma árvore que dava morangos e papaias. Mais valia continuar a ir para Tavira ou para Sines, e sempre se apanha aquele ar quentinho das fábricas neste último. Parecendo que não ainda aquece a água e faz bem aos ossos. Além disso, eles lá não têm o belo choco com tinta da robbialac que só se consegue apanhar em Setúbal. E mesmo assim já se vê muito pouco.

Mais coisas importantes: Um português foi dado como desaparecido na Alemanha. Afonso Tiago, 27 anos, estava na capital alemã há seis meses como investigador de coisas que precisam de ser investigadas e desapareceu a 10 de Janeiro. "Afonso Tiago foi visto pela última vez às 3h40 de dia 10 de Janeiro, quando se despediu de um amigo, na estação ferroviária de Ostbahnhof, a cerca de 20 minutos a pé da sua residência, dizendo-lhe que ia para casa". Segundo o Presidente, o embaixador português em Berlim reuniu segunda-feira com a polícia alemã, que classificou o caso como "um bruxedo". A polícia alemã concorda plenamente com o embaixador português descartando a hipótese de assalto e homicídio ou mesmo rapto, tendo em atenção que estas coisas não costumam acontecer depois das duas da manhã, ainda para mais numa cidade com um nome que rima com roskonhof e cheira a liberdade, segundo o comandante da polícia Adolf Gandhi.
Já tentámos contactar Hogwarts para tentar obter alguma informação sobre o bruxedo que possa ter sido levado a cabo pelas bruxas e segundo a professora catedrática Hermione Ron Potter o mais provável é terem encapuçado a vítima e efectuado um Wingardium Leviosa seguido de um rápido Expectro Patronum que são geralmente feitiços aos quais é muito difícil escapar. Especialmente pessoas magrinhas. Sem contar com as vassouras mais rápidas que nunca, que conseguem desta forma escapar aos radares dos polícias de Azkaban.
Entretanto já mandei uma coruja à embaixada portuguesa na Alemanha com um pergaminho a desejar a melhor das sortes na investigação. Mandei ainda uma caixa de ovos moles de Aveiro atada à pata esquerda do animal que a mim dá-me pena os portugueses no estrangeiro que têm de comer coisas congeladas com forma de minas terrestres o ano todo.