quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Olha afinal não é hoje.

Se há pessoas em quem não se pode confiar é em gazelas malabaristas. E padres. Mas sobretudo padres. Aliás, na minha mais modesta opinião, o Papa Ratzinger é o Al Capone do vaticano.
Notícias correm que, afinal, Jesus não nasceu a 25 de Dezembro.
Acho que é de muito mau gosto virem dar este tipo de notícias. E levam uma data de anos a descobrir isso, que é o mais grave. Se levaram tanto tempo a perceber isto, nem quero imaginar quanto tempo será necessário para descobrir que o cianeto é afinal a cura para a diabetes tipo I.
Ora isto é uma afronta de todo tamanho, especialmente para amigos íntimos do sujeito, que é precisamente o meu caso.
Existem essencialmente dois inconvenientes nesta descoberta. O primeiro é o facto de, deste modo, o aniversário de Jesus nosso senhor não coincidir jamais com o Natal, o que significa prendas a dobrar, que depois pesa no bolso. Ainda por cima no meu.
O segundo é o facto de já ter enviado o meu presente deste ano ao Senhor, e desta forma vai chegar antes de tempo. E dizem que não é bom festejar antes de tempo. Mas falamos de Jesus – indivíduo que tem um pai influente, e deduzo que este tipo de problemas não o afecte. É como o escorbuto. Ele nunca vai apanhar isso, graças do dedinho do pai.

E o trabalhão que eu não tive em escolher o presente? O que é que se oferece a uma pessoa com dois mil e oito anos? É uma barbárie sequer pensar nisto. A minha primeira ideia foi oferecer a obra completa de Manoel de Oliveira, como são mais ou menos da mesma idade, suponho que tenham os mesmos gostos ( partindo do princípio incerto que Manoel de Oliveira gosta dos filmes que realizou ). Mas isso implicaria ter de procurar os filmes em lojas que ainda aceitam escudos, e onde ainda vendem, inclusivamente, comprimidos para a peste negra. E eu nesses sítios não entro. Pelo menos sem antes fazer um penteado com risca ao meio.
Ou então um creme anti-rugas, que o Senhor nosso rei já não vai para novo e é uma coisa que faz sempre falta. Eu não o vejo já aos anos, mas se ele por acaso aparecer aqui por casa não garanto que se safe de umas valentes pancadas do meu mata-moscas. Não é por mal, mas deve estar com um aspecto que deixa muito a desejar. Mas como podia levar a mal o creme, não me atrevi. Geralmente não me meto com gente capaz de provocar uma tempestade com um simples espirro. Ainda por cima a uma sexta.
Acabei por lhe enviar um jogo de lenços de assoar, em seda.
Por outro lado, tenho como consolação ter enviado a embalagem por correio rápido, portanto se tudo correr bem ainda demora a sua semaninha e meia a chegar. Ainda por cima para Jerusalém – onde a mercadoria é prudentemente controlada, são coisas que levam o seu tempo. Faz amanha um mês que entrou para lá um carregamento de conquilha algarvia estragada. Foi uma chatice. E um cheiro que não se podia, contou-me um texugo.

Bem e agora vou andando que tenho gente à minha espera para ir jogar à cabra-cega.

4 comentários:

Anónimo disse...

o meu sonho de natal nao é conhecer o pai natal, mas ver-te com risco ao meio. de preferencia com brilhantina.
p.s.: visto q os texugos nao falam humanês, ou estás a ficar senil, ou a tornares-t num texugo...
das duas, a 3ªhipotese parece-m a mais credivel
(que é, nem uma coisa nem outra) lol
*

Fábio disse...

Hei-de fazer o risco ao meio no dia em que cantar para ti. Ou seja, depois de almoço, dia 30 de fevereiro do proximo ano, se tudo correr bem.

Anónimo disse...

hmmm parece-me bem, acho q n tnh nd marcado para esse dia. a junçao das 2 coisas seria fenomenal. para nao dizer outras coisas q levariam 3ºs a pensar em ... hummm ... cadernos...
*

Tiago D. disse...

...de capa dura ou capa mole?