A ovibeja é sem dúvida uma das trinta melhores feiras de gado feitas em Beja.
E todos os anos melhora. Porquê? Porque de há uns anos para cá, tem havido ovelhas e cabras quer dentro dos currais como fora deles. Algumas sofreram mutações fortíssimas e têm apenas duas pernas. Poem batôn. Continuam é nuas, a maior parte delas.
Mas para perceberem melhor o calibre desta festa vou contar-vos uma história. É apenas uma das milhentas histórias que se passam por lá. E muitas delas nem chegam ao grande ecrã. É pena.
Um amigo meu contou-me de um shot. O shot militar, que leva absinto. Bebe-se o absinto, depois snifa-se uma linha de sal e por último esprememos um limão para o olho. Mas esse amigo meu, o Libelinhas, é um gajo da pesada e disse que esses shots eram fraquinhos. Inventou o shot libelinha, mas levou o termo demasiado a sério e no final do shot tínhamos de dar um tiro à pessoa que gostávamos menos daquele grupo, segundo a regra dele. Ele deu um tiro no Arnaldo. Foi só na perna e ele ao início nem se queixou muito mas ao fim de um pouco começou a dizer que lhe tava a doer um bocado e morreu. Desde aí parámos com esta brincadeira e agora só bebemos cerveja de lata.
Ao fim de um bocado fomos ter com o Vaselinas, porque o periquito dele ganhou o concurso de penas mais brilhantes e fomos todos festejar. Éramos alguns dois ou três a contar com o periquito. Despachámos duas médias assim em dez minutos. Como já távamos assim alegres decidimos ir ver a garraiada. Aquilo de fora não tem piada por isso fomos lá para dentro do recinto picar o touro. O Vaselinas é assim forte e não gosta de tomar banho, e acabaram por confundi-lo com o touro a andavam a fazer-lhe a pega. Ele alinhou sem perceber e ainda levou dois no bico. Um deles teve de ir para o hospital. No final abrimos uma garrafa de champanhe e a rolha saltou com força e bateu na testa do Artur. Teve de levar 3 pontos. As ambulâncias tavam todas ocupadas e o Libelinhas teve de telefonar ao pai dele para trazer a ambulância de caixa aberta dele para levar o Artur. Mas a GNR mandou-o parar e teve de passar a noite na cadeia.
A única pessoa que estava sóbria era uma rapariga, por acaso bem jeitosa. Acabou por levar o Artur às cavalitas até ao hospital.
Acabei por envolver-me com ela e nove meses depois ela aparece-me com um bebé à porta.
Era uma criança que não vinha mesmo nada a calhar, porque tava a dar o velocidade furiosa na televisão e tive de me levantar para ir abrir a porta. E nem tava no intervalo. Tava naquela parte em que o Vinho Diesel faz um cavalinho com o carro.
Fui lá fora e ela olha-me com um ar de desilusão extrema.
O bebé era nosso. E era negro. E ela culpou-me de a trair com uma negra.
A genética nunca foi o forte dela.
Ela disse que não estava preparada para ter um filho aos 32 anos, até porque os exames nacionais do 12º ano tavam à porta. Tivemos de pedir ao Vaselinas para cuidar do bebé por uns tempos, embora eu nunca confiasse nele porque ele só deixou de fazer xixi na cama aos dezoito anos.
Entretanto ela foi para Lloret o ano passado e ainda não voltou. Acho que foi a maneira que ela arranjou de dizer que queria acabar comigo.
Ovibeja é isto e muito mais. Se quiserem apareçam. Passem pelo meio das grades que assim não pagam.
4 comentários:
Ahaha!
Excelente maneira de explicar a magia da Ovibeja! É tudo verdade!
xD
Não estava preparado.
Alguém se esqueceu de colocar o gelado roxo no topo.
PS:LOOOOOOOOOOOOOOOOL
sempre q ouço falar da ovibeja, lembro-me do rap dos matarruanos! e pronto, muito engraçado!xDD
*
LOL.
gado bovinooo! sim sr!
ja nem sei se é assim a música mas nao faz mal, o Ricardo Araújo Pereira deixou de frequentar este blog portanto não faz mal...
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