terça-feira, 19 de outubro de 2010

Voluntari...aaahh.

Eu tenho feito voluntarismo nos últimos tempos. Voluntarismo?? Voluntariado. Voluntariado, sim. Tenho feito voluntariado em lares de terceira idade.
É uma forma de preencher o tempo, ser nobre e ninguém notar ou recordar-se de tal acção. Contudo não posso deixar de dizer que tem sido divertido.
No outro dia participei numa corrida com o pessoal hospedado no lar. A cadeira de rodas na qual eu corri não era o modelo mais recente - paz à alma do Sr. Óscar - mas, ainda assim, terminei em terceiro entre cinco. Diga-se que quando começou eu estava em último. Porque é que comecei em último? Não foi por ser o mais novo, mas sim porque era o único que tinha uma t-shirt vermelha. Yap...demência.
O Sr. Melo tem uma cadeira motorizada e o neto, que é do street-racing, ainda lhe pôs uma botija de NO2. Porque é que lhe pôs uma botija numa cadeira de rodas? Mais uma vez...é do street-racing.
O Sr. Augusto tem 65 anos. Novato.
Os outros dois, bem esses nem saíram da linha de partida. Sofrem de Alzheimer e portanto devem ter-se esquecido - e não deve ter sido da única coisa que se esqueceram tal era o cheiro que emanavam. AHAHAHA. Eu rio-me de velhinhos que se sujam. Sensibilidade.
Não seria eu a relembra-los, estava numa corrida e com intenções de ganhar. Eu sou, como a minha mãe me disse um dia, um vencedor e não seriam dois octogenários com artrite e falta de memória a impedir-me. O último lugar no pódio foi-me imposto por dois batoteiros. Quem não ficou muito contente com isto foi o resto do pessoal que trabalhava no lar.
"Uhhh, não tens alma!"; "Uhhh, quem é que ameaça quatro idosos para participar numa corrida?"; "Uhhh, esfaqueaste o Sr. Augusto na corrida?"; "Uhhh, porque é que deste ao Sr. Óscar Viagra?"
A resposta à última pergunta é: "Duhh! Não tinha cadeira!" Para além de que é extremamente engraçado ver um velho cair redondo com uma erecção massiva.